A Carlos Pena Filho

por ANAMÉLIA MELLO

Podes amar o transitório,
ó, poeta, tão raro e magnificente!
Nem te enganes que eu amo o permanente
que a impermanência desmente.

Amo o teu azul, mas é coincidência;
te amarei a transcendência,
jamais a data da tua morte
de tão alinhavada sorte
no meio de uma lira plena
a que meu teclado não faz jus –
a saudade é que é forte.

Eterno Carlos Pena Filho,
pintavas de cores certeiras
os mais garbosos poemas…
A música vinha no ar,
as notas todas, os fonemas
com que fazias animar
cenas de um Recife lírico.
A passagem em tom pacífico
jamais revelará tua face…
Morte e vida num círculo,
o Sol a duelar com tua Arte.


Anamélia Mello, nascida em Recife, psicóloga do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco, pós-graduada em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Participa do grupo literário Teias Literárias, antigo Pegadas da Escrita há 6 anos, com quem participou de três publicações: Coletânea Pegadas da Escrita (poesia), Mulheres feitas de tempo (contos) e “Nós dos eus”(contos). Participou também da coletânea “Carrero com 70”, em homenagem aos 70 anos de Raimundo Carrero, conhecido escritor pernambucano.

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